Diário da Grande Guerra

  Cruzador Bahia, unidade da DNOG que participou da proteção de rotas marítimas durante o  conflito. Embora distante dos campos de batalha europeus, o Brasil teve participação ativa na Primeira Guerra Mundial, tornando-se o único país da América do Sul a integrar oficialmente o conflito. A entrada brasileira ocorreu em 1917, após o afundamento de navios mercantes por submarinos alemães, o que gerou grande pressão da opinião pública e levou o governo a declarar guerra às Potências Centrais. A principal contribuição brasileira foi no mar. A Marinha do Brasil formou a Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), responsável por patrulhar o Atlântico e garantir a segurança das rotas comerciais entre a América e a África. Embora tenham enfrentado dificuldades com doenças, como a gripe espanhola, os marinheiros brasileiros desempenharam um papel importante na proteção dos comboios navais aliados. Além da atuação naval, o Brasil enviou uma missão médica à Europa. Médicos e enfermeiro...

  Mapa comparativo da Europa entre 1914 e 1924, evidenciando o desmembramento dos grandes impérios e a criação de novos Estados após a Primeira Guerra Mundial (Fonte: Carnegie Endowment for Peace, domínio público). A Primeira Guerra Mundial, encerrada em 1918, foi um dos acontecimentos mais marcantes da história e deixou profundas consequências políticas, econômicas e sociais em todo o mundo. Mais do que um simples conflito, ela transformou o cenário internacional e moldou o século XX. Um dos principais impactos foi a reorganização do mapa europeu. Os grandes impérios Alemão, Austro-Húngaro, Russo e Otomano, chegaram ao fim, dando origem a novos países e mudando fronteiras. Essa reconfiguração gerou instabilidade, disputas territoriais e ressentimentos que ainda se fariam sentir nas décadas seguintes. No campo econômico, a guerra deixou a Europa em ruínas. Países destruídos, dívidas elevadas e inflação descontrolada marcaram a realidade do pós-guerra. Nesse cenário, os Estados Unid...

  Delegações assinando o Tratado de Versalhes na Galeria dos Espelhos, Palácio de Versalhes, 28 de junho de 1919 (Domínio Público). A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim em 11 de novembro de 1918, quando foi assinado o armistício entre a Alemanha e os Aliados. Após quatro anos de combates intensos, milhões de mortos e destruição sem precedentes, a Europa respirava, enfim, um clima de cessar-fogo. No entanto, o fim das batalhas não significou paz imediata, pois as consequências da guerra seriam profundas e duradouras. O conflito deixou a Europa devastada econômica e socialmente. Cidades destruídas, indústrias arruinadas e milhões de viúvas e órfãos formavam um cenário de instabilidade. A fome, o desemprego e as doenças também se espalharam pelo continente, reforçando a necessidade de um acordo de paz definitivo. Esse acordo veio com o Tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho de 1919. O tratado impôs duras condições à Alemanha, considerada a principal responsável pela guerra....

  Soldados dos Royal Irish Fusiliers nas trincheiras da Península de Gallipoli, 1915 (Domínio Público). A Primeira Guerra Mundial ficou marcada não apenas pelas batalhas grandiosas, mas também pela dura realidade enfrentada pelos soldados que viveram nas trincheiras. Essas estruturas eram valas cavadas no solo, muitas vezes se estendendo por quilômetros, e tornaram-se o símbolo do conflito. Nelas, os combatentes passavam meses em condições extremamente precárias, expostos a perigos constantes e a um ambiente hostil. O cotidiano nas trincheiras era marcado pela lama, pelo frio e pela falta de higiene. Os soldados sofriam com o contato constante com ratos, piolhos e doenças, além da escassez de alimentos de qualidade. Muitas vezes, a comida era enlatada, repetitiva e insuficiente, o que levava à desnutrição. A água também era limitada e frequentemente contaminada, aumentando o risco de infecções. Outro grande desafio era o psicológico. O medo de ataques surpresa, os bombardeios const...

Tanque britânico Mark I utilizado na Batalha do Somme, 25 de setembro de 1916 — símbolo da introdução de novas tecnologias no campo de batalha. A Primeira Guerra Mundial ficou marcada por confrontos sangrentos e prolongados, muitos deles travados em trincheiras e com o uso de novas armas que mudaram para sempre a forma de fazer guerra. Entre as batalhas mais importantes, algumas se destacam pela violência, pelo número de mortos e pelo impacto que tiveram nos rumos do conflito. Logo em 1914, ocorreu a Primeira Batalha do Marne, na França. Foi nesse momento que os exércitos franceses e britânicos conseguiram impedir o avanço alemão em direção a Paris. Essa batalha mostrou que a guerra não seria rápida, como muitos acreditavam, mas sim longa e devastadora. Outro confronto marcante foi a Batalha de Verdun, em 1916, entre franceses e alemães. Considerada a mais longa da guerra, durou cerca de dez meses e deixou quase um milhão de mortos e feridos. O lema francês “Eles não passarão” ficou et...

Mapa político da Europa representando as alianças militares em 1914. A Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, não foi causada apenas pelo assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, como muitas vezes se pensa. Esse episódio foi apenas o estopim de uma série de tensões que já vinham se acumulando na Europa há décadas. Entre as principais causas estão o nacionalismo, o imperialismo, a corrida armamentista e as alianças militares que dividiam o continente. O nacionalismo exaltava a ideia de superioridade de um povo sobre outro e alimentava rivalidades, especialmente nos Bálcãs, onde diferentes grupos buscavam independência do Império Austro-Húngaro. Já o imperialismo aumentava a competição entre potências como Reino Unido, França e Alemanha, que disputavam colônias na África e na Ásia. Além disso, a corrida armamentista levou as nações a investir pesadamente em tecnologia militar, o que criou um clima de constante tensão e expectativa de guerra. As alianças militares também tiver...